terça-feira, 26 de junho de 2012

Decepção amorosa


Quando eu estava no primário, no auge dos meus 8 anos eu amava o Rafael S.
Um lindo com cabelo tigelinha, olhos verdes e tênis do seninha.

Ele namorava uma outra lá, a Melina. Lembro do rosto dessa mini piriguete como se fosse ontem.
Loirinha, olhos azuis, roupas da barbie e a primeira a ter um bip e um Tamagoshi, ou seja, todos os motivos para odiar.

E enquanto isso eu lá tentando puxar assunto com o Rafael no parquinho, abria mão da minha vez na balança pra ficar rondando, fingia até que gostava de Digimon.
Mas não dava, eles eram o casal 20 da escola e eu amava Pokemon.

Mas sabem aquela velha história do "um amor só cura com outro"? Pois é, eu aprendi isso lá, na segunda série.

Um dia minha mãe me colocou na perua e então conheci o Rodrigo.
Ah, o Rodrigo, ele parecia com o Ash. Branquinho com o cabelo preto mal cortado, usava uns tênis riscados e rasgados que por vezes me fazia sentir dó achando que a mãe dele não tinha dinheiro para comprar outro.
Me apaixonei e não queria mais ser a princesa, e  também não queria mais um príncipe.

Eu queria ficar conversando sobre Pokemon com o Rodrigo, queria ficar rabiscando o braço dele na aula, queria que ele ficasse jogando bolinha de papel em mim, para no final do dia sentar do lado dele na perua.
Nunca mais escrevi Rafael no meu caderno. Apaguei tudo e deixei só a letra "R" que agora era de Rodrigo. Superei.


Desde então eu estou tentando colocar na cabeça que o amor é algo simples. É só não insistir naquilo que sabemos que não é para nós.

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