domingo, 29 de junho de 2014

Quando a idade passar, meus 20 acabar, quem vai ficar?
E se nada me restar? Só minha alma esmagada, atropelada pela vida, enegrecida tão cedo mas que mesmo assim farei de tudo para voar.
Quem vai ficar e sentir o meu violento jeito de amar, sentir a minha loucura que não quero e não vou mudar.
E se me faltar o ar, quem vai me carregar? Pois eu já tentei, mas não sei viver sem lembrar.

A coisa que eu mais odeio na minha depressão é a falta de lucidez ao lidar com a possibilidade da perda.
A coisa que eu mais odeio na minha depressão é a falta de lucidez ao lidar com a possibilidade da perda.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Corajosa, sincera, guerreira, forte.
Parem por favor, me deixem aqui sentada desistindo um pouco. Prometo que não vou desistir todos os dias. Mas hoje, hoje eu preciso.
Desisto.
E se eu pudesse explicar o que é uma mente cansada, escreveria um livro.
Eu só posso dizer que cansa, que tudo isso cansa, e que estou cansada.
Não há como explicar sem viver. É um cansaço que não é carnal.
Mas eu não posso descansar, nunca. Não posso, não posso e não vou.
E todos os dias alguém deixa de sonhar, desanima. Me desanima.
Voltem solhadores, nosso corpo está na terra, mas nossa alma não. Fortaleçam-se e não desistam, por favor.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

É muito fácil dizer que você é um sonhador. Sonha com o que? Em ter um carro, um apartamento e um guarda roupa cheio de grifes? Meu querido, isso é sonho do coletivo inconsciente. 
Talvez esse seja realmente seu sonho individual, e não há nada de errado nisso.
Mas talvez você nunca parou pra pensar se isso realmente te faz feliz. Pense se vale a pena privar-se de fazer o que você gosta, o que ama, o que sente prazer para ser "normal" na sociedade que é conservadora sim. Uma sociedade que se você tem algo que foge do aceitável, ideias diferentes, sonhos absurdamente fora dos padrões, recebe olhares de reprovação de todos os lados.
Talvez eu nunca tenha um guarda roupa cheio de grifes, talvez nunca tenha o carro do ano, nem um apartamento em Moema. Mas eu me recuso a fazer o que não gosto.
Eu tenho uma vida só, luto todos os dias contra a depressão, e não, eu não vou desperdiçá-la.

domingo, 22 de junho de 2014

Começou com uma lágrima, e sempre que sinto um ar de alívio, acabo em outro mal.

É realmente incrível como nosso corpo é imbecil. Minha alma dói e quando minhas lágrimas não são suficientes, meu físico se vira muito bem e encontra outra forma de liberar minha angústia.
Além da dor insuportável e inexplicável na mente, além dos treze comprimidos por dia, além das terapias, além de tudo, meu corpo não entendeu muito bem o quanto estou me esforçando.

A primeira vez que tive convulsão foi a coisa mais estranha do mundo. Acordei confusa com meu pai do lado e meu corpo doía como nunca na vida. Ficou por isso mesmo.
Na segunda vez, estava tentando melhorar minha mente me exercitando, acordei no hospital, com enxaqueca.
Na terceira estava no ônibus, acordei na ambulância, coberta de hematomas.
Enfim, perdi a conta, não lembro de todas as vezes. Na última, estava sozinha em casa, desmaiei em cima do meu vômito. Pedi socorro. Tive mais 3 convulsões nesse dia. Também acordei no hospital, com fios ligados no meu corpo inteiro, 41 graus de febre, a enxaqueca como sempre. insuportável.

Exames de sangue, de urina, lavagem estomacal, tomografia. Nada.

Furaram minha veia de forma errada, meu sangue coagulou. Acharam que tentei me matar. Mas não, não dessa vez.

Mudei de médico. E mesmo faltando um exame em que vão provocar uma convulsão para examinaram meu cérebro, ele me deixa claro: você está com pseudo-crises. Já teve depressão?
Sim, já tive/tenho.
Então, mais remédios, e minha memória e capacidade de percepção vão pro lixo, junto com minha vontade de entender o que se passa na minha cabeça.

Vômitos, enxaquecas, desmaios, hospitais, glicose, médicos, soro, terapia, exames, drogas, memória, hematomas, coágulos, agulhas, sangue, insônia, depressão, depressão e depressão.

E tudo começou com uma lágrima.