domingo, 22 de junho de 2014

Começou com uma lágrima, e sempre que sinto um ar de alívio, acabo em outro mal.

É realmente incrível como nosso corpo é imbecil. Minha alma dói e quando minhas lágrimas não são suficientes, meu físico se vira muito bem e encontra outra forma de liberar minha angústia.
Além da dor insuportável e inexplicável na mente, além dos treze comprimidos por dia, além das terapias, além de tudo, meu corpo não entendeu muito bem o quanto estou me esforçando.

A primeira vez que tive convulsão foi a coisa mais estranha do mundo. Acordei confusa com meu pai do lado e meu corpo doía como nunca na vida. Ficou por isso mesmo.
Na segunda vez, estava tentando melhorar minha mente me exercitando, acordei no hospital, com enxaqueca.
Na terceira estava no ônibus, acordei na ambulância, coberta de hematomas.
Enfim, perdi a conta, não lembro de todas as vezes. Na última, estava sozinha em casa, desmaiei em cima do meu vômito. Pedi socorro. Tive mais 3 convulsões nesse dia. Também acordei no hospital, com fios ligados no meu corpo inteiro, 41 graus de febre, a enxaqueca como sempre. insuportável.

Exames de sangue, de urina, lavagem estomacal, tomografia. Nada.

Furaram minha veia de forma errada, meu sangue coagulou. Acharam que tentei me matar. Mas não, não dessa vez.

Mudei de médico. E mesmo faltando um exame em que vão provocar uma convulsão para examinaram meu cérebro, ele me deixa claro: você está com pseudo-crises. Já teve depressão?
Sim, já tive/tenho.
Então, mais remédios, e minha memória e capacidade de percepção vão pro lixo, junto com minha vontade de entender o que se passa na minha cabeça.

Vômitos, enxaquecas, desmaios, hospitais, glicose, médicos, soro, terapia, exames, drogas, memória, hematomas, coágulos, agulhas, sangue, insônia, depressão, depressão e depressão.

E tudo começou com uma lágrima.


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