segunda-feira, 28 de abril de 2014

Querem apagar os muros mas não dão voz ao povo.
Não legalizam a maconha e não proíbem o cigarro.

domingo, 27 de abril de 2014

Eu te amei de mais, e sério, o que eu queria não era nada demais. Você não pode me dar.
Recentemente, conversando com uma nova colega, a Natália Bae, contei bem resumidamente meu caso de derrotas e vitórias contra a depressão. Ela ficou surpresa, e ouvi dela o que muita gente já havia me dito: mas você? Eu nunca imaginaria.

Eu continuo contando o tempo, podem me julgar, 1 ano e 4 meses. No início foi desespero, no meio eu desacreditei. Esse meio acontece várias vezes, em vários momentos, que duram uma semana, um dia, um minuto, 5 horas, não sei. Sei que o médico olhou para mim e disse: você tem depressão grave e isso não é tão simples como quem diz que precisa de Rivotril para dormir. 

Como um diabético que aplica insulina todos os dias, todos os dias aplico um motivo para levantar da cama. E isso nunca mudou durante esse tempo.
Eu não posso ficar 3 dias sem os 2 antidepressivos que uso. Desmorono. E ser refém de uma alegria produzida em um laboratório é perturbador. 

Voltei a trabalhar, e achei que seria fácil. Não foi. Duas semanas com crises de síndrome do pânico, e choro. Eu quero trabalhar, eu amo trabalhar. Mas já não sei o que é pior: a depressão ou a sua recuperação.

Eu exponho. 

Chico Anysio, um dos maiores comediantes do Brasil, apareceu recentemente na Globo dizendo: Quanto mais pessoas me ouvirem falar sobre a depressão, mais pessoas vão deixar de ter vergonha de ser deprimido”. Ah, como fez sentido. 

Eu buscava por depoimentos assim, e não encontrava. A cobrança implora para que você diga: eu venci a depressão. Nunca vi ninguém dizer para um míope: tire seus óculos e vença essa doença!

Meus amores, eu sei que, quando exponho, muitas pessoas leem e se sentem bem, às vezes não por maldade, mas porque está no DNA de alguns, só conseguir se sentir bem, quando sabe que alguém está mal. Ana Cañas canta: "Vê na morte a sua esperança. Não via, havia. Preto feito o desejo do branco um dia".

Mas também sei que, que meus melhores, oram por mim. E que alguém talvez leia, e se identifique e não se sinta tão sozinho nessa batalha que sabemos, é pra vida toda.
As marcas estão na minha alma, nunca vou esquecer. Estão no meu dia a dia. Ainda não consigo ir ao shopping, não consigo sair a noite, e minha cama ainda é o lugar mais seguro do mundo.

E não, não sou forte todos os dias. Eu morro. Todos os momentos. Eu estou dilacerada. E hoje, nada vai mudar isso. Nada.


sábado, 26 de abril de 2014

Eu sou feita de marcas. Na pele, no corpo, na alma.
Não escondo, exponho. Eu grito cada ferida e cada mágoa, e não me envergonho disso.
Errado é guardar defeito e esperar que ele se torne uma qualidade. Errado é expor uma mentira.
Descobri que minha escuridão pode ser luz na vida de alguém, que assim seja. Aceito cada lágrima, cada desabafo vomitado, cada desespero, porque eu sei o que é buscar compreensão, e não achar.
Eu sei o que é querer desistir, desistir de verdade. E sempre busquei palavras escritas para me aconchegar, quase nunca achei.
Quando alguém diz que eu deveria ser mais reservada, respeito, mas desejo profundamente que esse alguém nunca tenha que buscar por esses gritos escritos. Eles salvam.

domingo, 20 de abril de 2014

A linha tênue entre a liberdade e a fuga.

Clarice disse que liberdade é pouco, e que queria o que ainda não tinha nome. Eu concordo, não existe nome pra grandeza da liberdade que sinto, vezes acho que não vou suportá-la. Mas ela era Clarice, né?
Liberdade se conquista, se trabalha para ter. Aprendi isso com a Danuza Leão, ela diz que não há nada melhor do que fazer o que gosta para poder ter o que gosta. Isso é ser livre.
Auto escolha. É poder se isolar, encarar a solidão, sem nada e ninguém, e ser apenas, você.
Assumir quem você é para o mundo é mais fácil do que assumir para você mesmo, mas é o que te dá a liberdade de sim, fazer o que quiser. Sente-se com você mesmo, converse e bagunce tudo que até então você acreditava ser.
Isso não quer dizer que jogar tudo pro alto e ir sem olhar para trás é uma ótima opção, se isso for opção, já te torna um escravo dela.
É preciso primeiramente se livrar do que você pensa que é.
É preciso estar livre de si, para se livrar do resto, são aquelas coisas simples que parecem complicadas. Mas só parecem complicadas porque o ser humano tem uma incapacidade absurda de assumir suas fraquezas e defeitos e preferem a fuga. Fugir é mais fácil.

Liberdade é encarar suas obrigações e poder colher os frutos de ser livre sendo você.
É assumir sua alma escurecida pelo tempo, aceitar as lágrimas, o trabalho, a vida, você.

Liberdade é dividir-se entre você e a solidão e mesmo assim, ser.
Auto escolha, no tempo que quer.
De nada adianta fingir ser livre.

O que te prende nem sempre é um chão.



terça-feira, 15 de abril de 2014



Odeio escrever isso. Estou me odiando agora.
Odeio ainda mais achar que tenho motivo para escrever isso
Eu amo.
Amo meus amigos incondicionalmente, mas os poucos, aqueles poucos.
E às vezes eles não estão aqui. É uma solidão profunda, a pior das piores, é um egoísmo meu.
Os quero por perto, quero o ombro, o abraço, o sorriso.
Eu tenho medo, de por ser quem sou, ficar só.
Eu só quero meus amigos. Meus poucos.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Fone de ouvido

Algumas manias ficam, ficaram.
Ainda durmo com a cabeça coberta, mesmo nos dias de calor.
Ainda durmo encostada na parede, mesmo na beliche.
Ainda não consegui assistir filmes. Sinto falta.
Ainda escuto música com fone de ouvido, mesmo em casa.
As sextas ainda me machucam.
Mas não lembro mais o motivo.