segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um dia olhei no espelho e pela primeira vez notei meus 9 quilos à menos, minhas olheiras profundas, minha pele àspera, minhas unhas a fazer e meu cabelo cheio de nós. Levei um susto. Por um momento tive dó de mim, mas logo em seguida essa auto comiseração se transformou em dúvidas. Por quê? Por que assim? Por que tão doloroso?
O susto passou, e o que realmente me assustava era a minha alma, destroçada, dolorida, machucada por sei lá o que. 
Eu estava cansada, minha alma pedia ao menos 5 minutos de descanso, talvez assim me recuperaria um pouquinho de tanta dor. Alguns me disseram que era drama, frescura, mas, nem para esses desejo um segundo do que venho carregando à meses. 
Às vezes acho que vou ficar louca, que mais dia menos dia meu coração vai desistir de ser tão resistente. 
Mas lá no fundo, não sei como nem o porque,no pouco que me resta de alma saudável, eu tenho uma certeza: vai passar.
O peso das palavras não ditas. Um piano nas costas e um aperto no peito.
Tenho 23, mas às vezes parece que tenho 50. Sensação de que as marcas que venho acumulando não cabem nos meus 23. Sou nova.
Mas envelheci muito nos últimos meses. Não sou menina.
Me sinto sozinha, mesmo cercada de gente, e não por sentir falta de alguém, mas, por sentir falta de mim. Estou com saudade. Onde é que eu fui parar?
Mundo doente. Sociedade hipócrita. Matam por amor. Amam para amar.
Cadê a alma de vocês? Esconderam na vida profissional? Profissão de que mesmo?
Não nasci pra puxar saco. Dar certo na vida é dormir e acordar em paz, com ou sem dinheiro, com ou sem paixão.
Ambições contraditórias e eu sou julgada pela tarja preta.
Mas meus olhos estão bem abertos, vendo a padronização de merda que foi criada e que ainda chamam de felicidade.
Ser feliz é admitir que não sabemos de nada.
A ignorância é uma benção.
Que Deus me perdoe e entenda essa súplica mal feita. Porque já não posso falar, mas, Deus que é grande demais, se quiser pode ler o que escrevo.
Confusa como estou risco todos os meus planos e sonhos se não forem os mesmos de Deus. Sou muito pequena diante disso tudo.
É uma súplica um pouco estranha, mas acredite, transborda de fé.
Eu penso em Deus me pegando pela mão e dizendo: vai por aqui
Eu penso em Deus me colocando no colo de seus anjos para que eles me ensinem novamente a suplicar em voz alto e para que eu volte a sentir paz.
Se você nunca caiu no seu próprio abismo.
Nunca chorou sua fraqueza.
Nunca admitiu um amor, você ainda não viveu.
Não racionalize emoções, porque um dia você perde.
Se abrirem minha cabeça, certeza que viro tema de dissertação e objeto de estudo.
A facilidade que tenho de pular de uma emoção para outra chega a ser assustadora.Sou sarcástica de forma tão cruel e sou apaixonada de forma tão honesta. Que minha vontade de compreensão alheia se esvaiu.
O preço que se paga por ser você. Sai caro.
Uma vez eu senti raiva de Deus.
Estava desesperançosa, triste e cansada da incapacidade de dar um nome à minha tristeza. Eu me senti vazia.
E eu que sempre amei e nunca desejei o mal, não podia de forma alguma ficar vazia. Eu precisava sentir. Então foi, raiva de Deus, afinal, eu podia sentir raiva Dele, achava que estava no meu direito. 
Eu não me dei conta da minha mediocridade, pois, se estava vazia, podia me encher de qualquer coisa, e mesmo assim escolhi a raiva. Deus, que não é pequeno como eu e não precisa gritar, sussurrou na minha orelha : eu te perdoo pela raiva e prometo que as coisas vão melhorar.
Meus olhos fecharam, minha alma encolheu, meu corpo se envergonhou, e eu sussurrei de volta pra ele: me perdoa mais uma vez. Sou humana demais.
Sabe aquele ditado "se não é pelo amor, é pela dor". Pois, foi pela dor que eu pude, graças à Deus, ver de fato quem são meus amigos. Porque enquanto estava tudo bem, chovia gente pra fazer rolê, porque ela é descolada, doida, divertida. Ok. Quando a água bateu na bunda, e eu não tive mais nada de positivo à oferecer, magicamente todos sumiram. Me sobraram poucos, que cabem em uma mão e ainda sobra. E sabe de uma coisa, sinto me honrada por ter tido a oportunidade de enxergar isso, ainda cedo na minha vida. Porque ser amigo na agora da alegria é muito fácil, mas na hora da tristeza é preciso mais do que amizade, é preciso ter amor. E não importa quanto tempo passe, minha gratidão será eterna, porque eu sei a luta que enfrento todos os dias ao acordar e ao domir, mas lembrar dos verdadeiros, acalmam minha alma, porque sei que não estou sozinha. Quem é, sabe.
Me disseram que toda mulher tem que saber disfarçar. Passar uma maquiagem, abrir um sorriso e fingir. Comigo não. Não dá. Não posso. Não sou eu.
Quando a alma dói tanto, que preferia que a dor fosse física. Tem dias
Não desejo mal à ninguém. Mas acredito fielmente na lei da colheita, a famosa consequência.
Por isso, se um dia eu
não olhar na sua cara ou não te dar bom dia, não leve mal, é porque não sei fingir com os que amo, não quero ver algo que me cause raiva, e no futuro, eu ter que colher essa raiva. Não me leve a mal se eu me silenciar, e as coisas tiverem de ser assim, estranhas.
Deixa o amor aqui pra que eu possa colhê lo num dia comum, desses que saímos de casa só pra lembrar que ainda estamos vivos.
Ah, a tatuagem. A dor do prazer.
Não é um desenho, um risco, um rabisco. É a vida, a memória, as dores, os amores, marcados pra sempre em nós.
Não, não estou exagerando, existe uma enorme diferença entre ter uma tatuagem e ser um tatuado. Ser um tatuado é se olhar no espelho e se sentir meio nú observando aquele pedacinho de pele ainda branca. É se amar demais, o suficiente para não dar maior importância para os padrões tortos da nossa hipócrita sociedade.
É terminar uma tattoo, olhar, admirar, se sentir mais belo, mais completo e mais feliz por ter a honra de carrega la pro resto da vida. Seja com algum significado ou somente por vaidade, é amar a tinta, as cores, o preto, o branco, a arte.
É fazer o que tem vontade, porque a vida é curta demais pra ficarmos nos limitando sobre o que podemos ou não fazer. É ser livre.
Porque antes de seguir um padrão imposto pelo mundo, preferimos seguir o padrão de sermos felizes.
E essa felicidade só um tatuado pode explicar.
Não me venha com essa história de abra um sorriso e siga em frente. 
Hoje não. Eu quero ficar aqui, quieta, sentada tentando entender
Talvez amanhã eu levante.
Quando fico bem, seja por um dia, por uma semana, ou, por uma hora, que seja. Olho pra Deus e peço que ele me mantenha assim enquanto for possível. 
Ao mesmo tempo me paralisa a certeza que tenho de que o bem estar não durará para sempre. Porque caio 100 metros em queda livre quando o bem estar vai embora. Então, não me sobra nada, somente eu. Sei que não deveria me importar, mas, a incompreensão das pessoas me fere. E não digo das pessoas distantes, digo das mais próximas, íntimas. Não por maldade, é claro, mas por ser impossível entender o que se passa na cabeça, no coração, de quem vive no extremo.
Muitos disseram que não deveria me expor tanto, mas, aprendi com a Marguerite Duras, “nada é mais público do que o nosso particular“.
E também ouvi que era uma forma de se fazer um jogo psicológico com as pessoas que me leêm. Não. Primeiro que meu psicológico encontra se doente, e, o pouco que me resta de sã, cultivo para continuar a viver.
Escrevo porque essa foi a única forma que encontrei de aliviar dores sem me machucar, por dentro e por fora.
São muitas marcas, mas, por favor, faça um bem à você mesmo, não julgue. Ninguém sabe o que o outro carrega no peito.
Respeite
Que Deus afaste de mim aqueles que querem meu mal. Porque sou humana e nem sempre consigo enxergar o que há por trás de um sorriso.
Cansada. Eu não consigo não contar os dias. São meses de dor sem sentido, de acordar amargurada.
Deus, não me deixa desistir, não deixe que eu seja uma pessoa triste. Eu não quero. Assim eu não quero mais.
Falar mal e fingir que é parceiro é a mesma coisa que fingir que vive.
Carta para a tristeza

Primeiramente que fique claro que essa carta não é triste, é somente uma tentativa de acordo com você, dona tristeza.
Primeiramente, eu não deixei você entrar, você invadiu minha vida como um ladrão que invade uma casa de madrugada, me pegando desprevenida.
Já começamos errado, você no mínimo devia ter pedido licença. Ok. Durante meses não soube lidar com você, foram noites sem dormir, dias sem comer, sem trabalhar, enfim, dias sem viver.
Aos poucos fui me acostumando com a sua indesejada presença. Falha minha. Jamais devemos nos adaptar com o que nos faz mal. Nunca.
Quando percebi você já tinha montado sua casa aqui, em mim. E já não me lembro a última vez que soltei uma gargalhada 100% sincera.
Veja só quantas coisas você me tirou, nem vou fazer a lista porque não caberia em lugar nenhum, mas, a principal dela foi meu foco. Perdi. Sumiu. Eu vou levando só pra ver no que vai dar, apenas por curiosidade.
Ai, tristeza tenha piedade, eu estou cansada de você, quando é que você vai se cansar de mim?
Cadê os meus rocks preferidos tocando nos meus fones? Estou começando a enjoar do blues, e gosto muito de blues e se você, tristeza me fizer enjoar dele, jamais te perdoarei.
Cadê as festas pra eu dançar ao som de Valerie? Que saudade. E o sorriso logo pela manhã? Nem me lembro mais.
Então, pensando em tudo isso, te proponho um acordo: você faz suas malas, vai embora daqui, mas não vá morar em ninguém. Tire um tempo pra você, você trabalhou muito aqui em mim. Merece uma férias. Vá pegar uma praia, um bronze, ou que tal ir para as montanhas nesse inverno? Você fez um bom trabalho, merece um descanso, o que acha? Aguardo seu retorno.
Ass: Débora
Eu sou uma puta de uma louca. Mas minha vontade de liberdade me permite ser assim.
Eu não aceito o mundo, vou morrer sem aceitar, não vou me adaptar, não vou ceder.
O mundo que me aceite, se vira aí, universo.
Ame.
Por que há tanto medo em amar? Por que estão nos ensinando a fugir do amor? Por que ninguém mais se entrega de verdade?
Ame. Não irá te fazer mal, nunca. 
Ame, porque amando alguém, você ama mais o mundo e se torna uma pessoa melhor com a possível decepção.
Não esconda, não tenha medo do ridículo,não minta à si mesmo, aos outros, por medo, vergonha, por falta de coragem. 
Ame.
Porque se nos roubarem tudo, o amor vai ficar.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Por todas às vezes que fui eu. Por todas às vezes que dormi chorando, acordei chorando, passei o dia chorando. Por todas às vezes que me senti uma perdedora. Por todas às vezes que venci. Por todas às vezes que morri. Por todas às vezes que desejei morrer. Por todas às vezes que me machuquei. Por todas às vezes que me curaram. Por todas às vezes que fui patética. Por todas às vezes que fui orgulho...sa. Por todas às vezes que me humilhei. Por todas às vezes que me honrei. Por todos gritos. Por todo silêncio. Por todas às vezes que não dormi. Por todo tempo que olhei pro teto. Por todo ódio, vingança e raiva que tive. Por todo amor que transbordei. Por todos sonhos apagados. Por cada sonho construído. Por cada soco no estômago ao te ver. Por toda preguiça de viver. Por toda vontade de viver. Por querer e não ter. Por todas às vezes que fui a culpada. E por todas às vezes que fui a vítima. Por todas às vezes que fui louca. E por todas às vezes que fui santa. Por todas às vezes que fui possessiva. Por todas às vezes que deixei ir.
Todas às vezes fui humana.
Quando a alma dói tanto, que preferia que a dor fosse física. Tem dias.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

É tudo culpa do imediatismo. 
Nasci nessa geração, louca, doente, viciada em soluções rápidas.
Sms na hora, messenger na hora, nem o email presta mais, tem que ser na hora, tem que ser no whatsapp.
É tudo culpa do imediatismo, que não me deixa pensar.
Que me faz achar a vida deve me responder na mesma velocidade que me respondem no celular.
É culpa dessa sensação de querer tudo pra ontem, de não saber esperar pra ver no que vai dar.
Não sei esperar, não gosto de esperar, tenho a doença da pressa.
Ando no shopping correndo, como se estivesse atrasada pra algum compromisso inadiável, mas não tenho, só estou passeando, mas, quero chegar em casa logo sei lá pra que. É uma doença.
Quero que as dúvidas da minha cabeça sejam solucionadas agora, quero que o destino me mostre o que vai acontecer agora, não quero esperar, não consigo esperar. Pura aflição
Quero sim, ver no que vai dar, mas, quero ver hoje, nesse minuto, nesse segundo.
Mas não posso. A vida corre sim, é verdade, mas nunca no nosso tempo, existe alguma coisa que atrapalha, porque eu e minha vida nunca estamos em harmonia de acordo com nossos horários, ou ela manda antes, ou demora pra mandar.
Nessas eu penso que vou explodir, e algumas vezes explodo. E firo. Firo os que estão à minha volta e firo a mim mesma.
É tudo culpa do imediatismo, que me faz achar que a vida tem que ser igual ao meu whatsapp.
Fim de verão. E eu nunca gostei do outono. Outono me remete a equilíbrio, coisa que desconheço, uma linha que nunca pisei.
Eu caí, me machuquei por fora e por dentro, abriram-se buracos que, às vezes sinto que nunca se fecharão.
Nos últimos meses morri algumas vezes, e, quando estava morta, aprendi. 
Aprendi a acreditar na generosidade de estranhos, que sem me conhecer, me ressuscitaram algumas vezes. Aprendi a desconfiar dos conhecidos, porque é mais fácil matar alguém quando se está próximo, assim, a morte me vinha com mais facilidade.
Aprendi que o clichê resolve praticamente tudo, e esse sendo mais um deles, me fez levantar todos os dias: os verdadeiros amigos.
Paulo Ricardo Matrone Larissa Rodrigues Natan Lourenço Garcia Ícaro Aragão, obrigada. Vocês nunca terão a real noção da importância de vocês, mais que qualquer remédio, qualquer terapia. Meu coração está em vocês, e vocês estão nele.
Aprendi que liberdade é ter coragem de ficar, e que em todos os segundos, é necessário ser forte, até mesmo para admitir que está fraco. Aprendi que a fraqueza nos permite ver quem realmente somos, e isso dói, viver desmascarado dói, mas é preciso.
Aprendi que só não morri mais, porque minha família não deixou, Lílian Moscardini Vaz João Batista Vaz e mãe, todo meu amor, todo meu coração à vocês, enquanto eu viver vocês serão meus reis, minha maior importância e pra sempre estarão em primeiro lugar, eu prometo.
Hoje, ainda morro por alguns segundos, às vezes dura minutos, horas, dias...mas, consigo me levantar porque eu estou comigo.
Eu comecei a subir, ainda não cheguei à superfície, mas, cada centímetro que avanço, vejo uma vida diferente, uma luz diferente.
Eu continuo subindo porque não tinha nada, absolutamente nada, no fundo do poço.

Débora Moscardini - (sobre o pânico, a depressão e a ansiedade).
Eu acredito que certas dores são permitidas em certos momentos. É clichê, mas a dor, nos abrem os olhos. Sabe, acordar de manhã e sentir paz? Não há nada no mundo que eu mais valorize que isso, acordar em paz. Passei um mês acordando chorando, nem sabia que isso era possível, abrir os olhos e eles já estarem molhados. Eu tinha angustia em saber que teria que viver mais um dia. 
Então, meus amigos, nesse texto cheio de clichês, escrevo mais um: não existe nada mais importante que estar em paz. A angustia não vale a pena.
Uma vez eu senti raiva de Deus.
Estava desesperançosa, triste e cansada da incapacidade de dar um nome à minha tristeza. Eu me senti vazia.
E eu que sempre amei e nunca desejei o mal, não podia de forma alguma ficar vazia. Eu precisava sentir. Então foi, raiva de Deus, afinal, eu podia sentir raiva Dele, achava que estava no meu direito. 
Eu não me dei conta da minha mediocridade, pois, se estava vazia, podia me encher de qualquer coisa, e mesmo assim escolhi a raiva. Deus, que não é pequeno como eu e não precisa gritar, sussurrou na minha orelha : eu te perdoo pela raiva e prometo que as coisas vão melhorar.
Meus olhos fecharam, minha alma encolheu, meu corpo se envergonhou, e eu sussurrei de volta pra ele: me perdoa mais uma vez. Sou humana demais.
Foi embora, deixou a luz acessa, a porta aberta e nunca mais voltou.
Minha história com a literatura começou cedo. Minha irmã, dois anos mais velha que eu tinha como atividade da escola ler o livro Senhora, de José de Alencar. Assim que ela terminou, sem pensar duas vezes, devorei o livro, que até hoje guardo um carinho especial por ter me proporcionado enxergar um mundo que desconhecia. Depois, quando chegou a minha vez na escola de ler A Senhora, fiquei me achando, com o ego do tamanho da escola por já tê lo lido. Desde então lia todos os livros que eram passados, e não conseguia entender como a maioria da sala lutava por um resumo só para não ler os livros. Fui de A Carne até o Auto da Barca do Inferno.
Mas meu grande dia, foi na sétima série, quando uma professora, que infelizmente não lembro o nome, passou para nós, na sala de vídeo o filme A Sociedade dos Poetas Mortos. Fiquei vidrada, queria fazer parte do fime e gritar: Oh Capitan, My Capitan!
Bateu o sinal e todos sairam correndo da sala para ir embora, mas, o filme ainda não tinha terminado. A professora percebeu que eu não poderia ir para casa sem ver o final do filme, e, gentilmente se ofereceu para ficar comigo na sala até que o filme terminasse.
Terminou, e desde daquele dia percebi que existia algo chamado imaginação, e que em certos momentos só ela pode nos salvar.
Falar que ama é tão forte quanto falar que odeia. Usem ambas com mais cuidado
Então vamos lá, primeiramente que me perdoem os otimistas de plantão. Tenho sido negativa nos últimos tempos mas quero deixar claro que admiro vocês. 
Sim, tem sido dias difíceis e não me importo nem um pouco com o que pensam de mim, o que me deixa aflita de verdade é a ignorância e a auto suficiência em que a nossa geração foi criada, acreditem em mim, vocês são fortes, mas não é pecado enfraquecer às vezes, porque têm dias que não dá. Não dá pra sorrir, não dá pra fingir, não dá pra fazer nada.
Por favor, entendam, antes de serem jornalistas, advogados, médicos, vendedores, fotógrafos, análistas ou sei lá mais o que, vocês são pessoas, e, me parece que estão esquecendo disso.
Não pense que você se vira sozinho, sem verdadeiros amigos, a vida fica pesada.
E que me perdoem por eu não ter tido nada de positivo à oferecer, nem uma risada, e nenhum bom conselho, é que ando um pouco ferida. Tem palavras que machucam, não por serem duras, mas por eu não entendê las.
Prefiro o caos. Idolatro a dúvida. Admiro a incerteza. Nesse mundo doente, ser normal é ser vazio e ser vazio é não ser nada. Então, aceito a condição de louca. Ser louca é ser livre.
E a pergunta que eu me faço mesmo não devendo fazê la é: quantos dias serão necessários para a cura? 
É em vão, não há resposta.
É um mal que deram um nome, mas não tem explicação. 
É da mente, da alma e do coração. Dói. 
Mas me disseram uma vez e eu acreditei : ninguém morre de angústia, ninguém.
E quantas vezes eu perdi a razão. Inúmeras. Não sei se isso faz de mim mais descontrolada ou mais autentica. Só sei que todas às vezes que perdi, foi porque não sabia o que fazer. Essa é minha defesa e meu pedido de desculpa: eu não sabia o que fazer.