quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

terça-feira, 29 de setembro de 2015

O problema é que as pessoas são covardes. Medrosas mesmo.
Somos uma geração de selfies sorridentes, de snaps engraçados, de posts lindos, e completamente falsos.
O importante não é estar bem, o importante é mostrar que está bem.
Mostrar que tem amigos, que vai a lugares, que viaja, que ri, que compra e q vive.

terça-feira, 14 de abril de 2015

É assustador pensar no que esperam de você. 
Sabemos que independente do que façamos, a expectativa nunca será alcançada.
Eu não tenho relógio, já perdi muito tempo com a dor, mas também aprendi que ela é uma passagem obrigatória onde deixamos coisas e colhemos outras. Nosso passado vira uma casa para dezenas de fantasmas de nós mesmos, espíritos que deixamos mas que sempre vão nos perseguir, isso é claro quando olhamos para trás.

Mas eu também preciso sair daqui, eu vou sair, vou me mudar um pouco e depois voltar com um fantasma a menos e um plano a mais. E não, eu não preciso de estradas para viajar. É uma questão de achar o meu lugar.
A vida deixa você andar a vontade, deixa você chegar no fundo do poço para observar você tentar subir e provar que não existe lugar seguro no mundo.
Você corre dos erros, dos julgamentos, das expectativas, do peso, mas, sem direção. Nada te leva a lugar nenhum.

E então você precisa viver, porque não há lugar para chegar. São apenas círculos.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

O perdão.
Porque na maioria das vezes me cobrei com crueldade perdoar alguém. Como se sem esse perdão nunca mais conseguiria andar.
Foi muito tempo tentando e mentalizando o perdão. E falhando nisso.
Me questionei mil vezes. Por que é tão difícil? Eu quero liberar perdão e amor, mas não me restou nada de benéfico pra isso acontecer.
E ah, não posso ser hipócrita e dizer que perdoei.  E que peso é esse que sempre nomeei de "falta de perdão"?

Veja só, há algumas semanas percebi que não há perdão para ser dado a não ser a mim mesma.
Que eu nunca vou perdoar ninguém, se inconscientemente carrego culpas que não são minhas.
Não posso dizer que perdoo sem antes pensar no porque preciso tanto fazer isso.

Eu preciso me perdoar. Aceitar que acreditei e isso não é errado. Que confiei e faria tudo exatamente igual. Porque fui verdadeira, sincera e não mereço ser massacrada por mim por simplesmente ter achado que amava.

O peso era esse. Era o perdão que me faltava.
Depois disso, ficou claro que não devia perdão há ninguém, a não ser a mim.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Faz tempo que não escrevo, e isso não quer dizer que não venho pensado no que sou.
É páscoa e pra variar está passando A Paixão de Cristo na TV.  Sempre choro nesse filme, af.
Quem me conhece de uns 5 anos pra cá não sabe, mas cresci dentro de uma igreja evangélica, mesmo depois que saí por não concordar com o que era pregado, por não concordar com as mentiras, enganos e pela manipulação que vai contra o que Cristo pregava que é o de amar á todos como a ti próprio, e sim amar o dinheiro e foda-se todo mundo, sou cristã. Tenho fé, acredito em Deus e em Cristo.  E também não vou generalizar pois seria uma tremenda burrice da minha parte, existem templos cristãos fazendo o bem, pastores com um bom coração preocupados em levar amor e não a pegar dinheiro. Toda generalização é burra. E me irrita quando colocam todos os pastores e igrejas no mesmo balaio.

Meu pai é pastor. Eu cresci indo com ele em comunidades e lugares de descanso para os mendigos para levar sopa ou cachorro quente que minha mãe fazia. Não tenho nenhum brinquedo da minha infância, porque desde sempre o desapego foi ensinado à mim. Passei natais, dia das crianças e afins fazendo kits com doces e brinquedos com minha mãe para levar pras crianças. Mas, mais que isso, meu pai sempre esteve ao lado desses excluídos e depois que ele também parou de frequentar a igreja, ele continuou por sua conta o trabalho social até hoje.

Cresci com todos os mendigos de Santo André cumprimentando meus pais na rua.
Meu pai nunca roubou ninguém, aliás, meu pai foi roubado.
Vou contar um segredinho pra vocês, se você frequenta uma igreja, estuda a bíblia, torna-se pastor mas não entra no joguinho deles, eles te roubam também. Em todos os sentidos.
Tenho muito orgulho do homem que meu pai é, da nobreza do seu coração, e me inspiro para ser assim também.

Por isso, não digam que todo pastor é ladrão, que não presta, que são mentirosos. Existem, poucos, mas existem os de bom coração que não merecem estar nesse balaio de salafrários e golpistas.

Entrou uma senhora, bem velha, talvez não pela idade que eu não sei, mas pela corcunda e rugas fundas e os olhos baixos, caídos.
Suja, com várias sacolas de pães velhos na mão.
Os seguranças do shopping já ficaram à espreita.
Ela me chamou e perguntou se eu poderia trocar uma nota de cem reais para ela, como eu não podia, aconselhei ela ir ao Bobs do lado pedir. Eles não trocaram, ela foi em outro restaurante, não trocaram. 
Não trocaram em lugar nenhum.
Ela, inocente, andando pra lá e pra cá com a nota de cem balançando na mão sendo seguida por seguranças, enquanto eu fiquei cuidando das sacolas dela.
Por fim, trocaram o dinheiro dela no Giraffas, mas a fizeram comprar algo.
Voltando, os seguranças perguntaram para a senhora de pés inchados, mãos calejadas e olhos cansados de quem ela havia pegado aquele dinheiro.
Ela só respondeu dizendo que uma mulher deu à ela e saiu andando para pegar suas sacolas comigo.
Tão sofrida e pura, ela me olhou e disse: "os moço desconfiaram do meu dinheiro, mas tudo bem, porque eu também desconfiei, acho que ela queria me dar dois real e se trapaiô, ninguém dá cem reais pra ninguém".
E foi embora, com os pães velhos e o dinheiro trocado.
Amanhã ela terá um dia bom.
Às vezes a mente sua.