sábado, 30 de novembro de 2013

Marina Lima - O Chamado [Full Album]

Então fui tomada por um sentimento de gratidão até então nunca sentido. Talvez porque quando criança, minhas férias eram no mato. Na roça. No meio da plantação de café e em meio as roseiras da minha vó. Pegar uma fruta do pé sempre foi algo natural, sempre fez parte. Mas hoje me enchi de gratidão por ter a oportunidade de ver uma semente transformando-se numa bananeira. Em sair daqui com a árvore seca e voltar e vê-la repleta de mangas maduras.
Isso começou na praia, semana passada, olhei pro mar de forma diferente imaginando quem estaria lá do outro lado olhando em minha direção. Nunca havia parado para pensar nisso, talvez porque nas outras vezes estava mais preocupada em fugir do sol.
Aqui em Minas sempre achei sensacional poder ver as estrelas, coisa que infelizmente não existe na minha amada São Paulo, mas, olhando hoje, as olhei de outra forma. Que lindos são esses pontinhos brilhantes no céu. Do que são feitas as estrelas? Cheguei a pensar que são as pontinhas dos dedos de Deus cutucando a vida das pessoas.
Até me mesmo o odiado capim me surpreendeu, como cresce rápido. Nunca tinha reparado.
E a roseira da minha vó que mesmo ficando meses sem cuidados não morre. Sempre que chego, tem uma rosa para me recepcionar.
A perfeição existe naquilo em que o homem não pode modificar, como as estrelas ou o capim.
A gratidão é surpreendente e eu não troco ela por nada.
Deus me carregou no colo em todo tempo em que desacreditei.
A gente se sente bem no momento em que deixamos de exigir que as pessoas nos entendam quando nem nós nos entendemos. É uma liberdade difícil de ser conquistada, eu ainda trabalho para alcançá-la. Desde 1989 fazendo bagunça com a mente.
Talvez a resposta esteja em procurar uma forma de conviver com nossos defeitos tão severos, mas de alguma forma não atingir ninguém com eles. É clichê falar que devemos prestar atenção mais nos outros. Mas não é clichê fazer isso de fato.
Afinal, há alegria na solidão? Vezes sim, naquela solidão por opção, necessária.
Mas na solidão do egoísmo só há dor em ambas partes: no que olhou pra si e não olhou pro outro, e no que foi invisível.
Hoje eu queria descobrir o por que de estar, o por que de fazer, e a quem eu posso ajudar? Meus referênciais morreram porque não aguentaram, quem sou eu pra dizer o que é o que pra alguém?
Frontal para dormir bem - dormir bem para não ter pesadelos- não ter pesadelos para não deprimir- não deprimir para não chorar- não chorar para acordar, levantar e viver. Afinal, a noite já passou. 
Consecutivamente.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Eu não penso duas vezes e não faço jogos.
A vida ensinou e graças a Deus eu aprendi, faço o que tenho vontade, e falo o quero com quem eu quero.
Sou louca, mas sou livre. Tenho uma conturbada identidade e me amo por isso.

domingo, 17 de novembro de 2013

A maioria das pessoas, que me conhecem de longe, me acham louca e eu gostaria de dizer que vocês estão certos. De verdade. Mas sou uma louca do bem, minhas loucuras são só pra coisas boas, prazeres e vontade de liberdade.

Nossa alma é cheia de coisas, quando achamos que está vazia na verdade só estamos procurando outras coisas, úteis ou inúteis, que nos acalmem ou que nos surtem.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sempre entender a vida. Sempre aprender a amá-la como é. Para seguir em frente, para encará-la como um espelho, para poder abandoná-la, mas querer ficar.
Não adianta tentar explicar o que é acordar todos os dias buscando por um lugar para descansar. 
Existem pessoas que não entendem, elas têm necessidade de se sentirem vencedores, mesmo não sendo. Minhas tentativas em explicar não eram uma guerra, mas tornaram-se e você ganhou. Pronto, você ganhou. Você é o vencedor.  Esteja em paz.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Eu queria me matar. Queria muito. Mas não tinha coragem.
E não existe nada pior nessa vida do que você querer muito fazer algo e não ter coragem, nos sentimos fracos e com a sensação que deixamos passar uma oportunidade.
Não era diferente quando o assunto era a morte. Me sentia fraca e estúpida por não ter capacidade de realizar algo que queria tanto, um solução rápida com alívio imediato para todo meu cansaço.
Atravessava a rua esperando um carro me atropelar, esperava alguém me empurrar na linha no metrô, na chuva, torcia pro raio cair na minha cabeça. Dessa forma não seria minha culpa, seria acidente, e as pessoas perdoam o acidente, mas o suicídio é condenado. E para não carregar o julgamento pós morte das pessoas, preferia levar um tiro num assalto ao banco.
É, eu sei, o assunto é pesado. E é pesado porque ninguém fala sobre, ninguém tem coragem. Talvez se fosse abordado com mais clareza e menos sensacionalismo, pessoas que pensam hoje da mesma forma que pensei um dia, saberiam que não são as únicas, e só de saber que não é o único já é um piano tirado das costas.
Eu queria dizer que o tabu existe porque a maioria das pessoas são egoístas e não se colocam no lugar no outro, não pensam, não refletem no que se passa na cabeça de alguém para chegar ao extremo de achar que não vale mais a pena tentar. O tabu é o egoísmo.
Se esse tabu não existisse, e o suicídio fosse tratado de forma mais humana, mais pessoas teriam a oportunidade e a coragem de dizer que, por mais desesperador que seja viver, ainda vale a pena, e que o verdadeiro suicídio acontece quando as pessoas vivem no automático e se esquecem de viver o que querem para viver o que os outros querem. Existem milhares de mortos vivos por aí.
Sim, às vezes dói viver, é pesado. Mas também pode ser leve, e a cura existe, mesmo não sabendo onde ela está. Basta saber que ela existe.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Odeio quem deixa as coisas subentendidas.

Uma vez eu disse que não sabia disfarçar absolutamente nada. Eu não menti, eu realmente sou péssima nisso, minha cara entrega tudo e não sei ficar de boca calada, me da dor de barriga guardar as coisas.
Mas aí vem a vida, e nos endurece, e nos ensina o errado.
Me pego abrindo um sorriso dizendo que está tudo bem, e por dentro, lágrimas.
Maldito ensinamento da vida, eu não nasci para disfarçar, quero desaprender essa técnica já!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Porque amei alguém que não existia. Não sei se fui enganada, ou se eu mesma me enganei.
Mas aquele por quem suspirava, por quem esperava, por quem eu chorava, não era quem eu pensava.
Talvez eu o tenha inventado.
Tentei por muito tempo não saber que ele não existia, mas doía tanto, que a mentira me servia de conforto na hora de dormir.
No dia em que não pude evitar, foi como se o mundo tivesse desabado sobre mim. Sim, ele não existia. Ele simplesmente não existia nesse mundo, nem em outro qualquer. Eu tinha inventado um homem e agora não sabia como apagar.
Logo eu, louca, determinada e dona de si mesma. Inventei alguém para estar perto. Eu não soube lidar.
Hoje eu não sinto saudade dele. Nenhuma.
Sinto saudade do que inventei. Sinto saudade do que nunca existiu, e sentir falta do que não existe é estranhamente aconchegante.

domingo, 3 de novembro de 2013

O problema é que não é só isso. É que eu erro bastante também, sou desastrada. Falo tudo o que quero na hora errada e na hora certa.
O problema é que eu vivo tentando, até para desistir eu tento. Estou tentando desistir.
O problema não é só isso, o problema é que talvez eu seja assim, de verdade, sabe? Eu sou assim, isso aqui, e eu não tenho mais o que falar.


E quando percebo, o mal já veio sobre mim outra vez. É num piscar de olhos que a tristeza vai e depois volta.
Sempre sinto-a mais do que a alegria, e isso sim, me irrita. A alegria passa que nem vejo, vivo e nem lembro.
É como se eu tivesse que me refazer várias vezes ao dia. Preciso superar uma angustia repentina no meio da tarde, depois saber aproveitar uma alegria a noite, conseguir levantar de manhã com um choro no rosto.
Na maioria das vezes não consigo me acompanhar, e vivo assim, toda fora do ritmo.
Eu queria não pensar. 
É um dia, já no fim do ano. O mesmo ano que no início eu ouvia que hoje nem me lembraria de mais nada, ainda bem que nunca acreditei nisso, porque não só me lembro, como ainda vivo.
Um cheiro, um sábado ou uma terça, faziam da minha semana algo bem diferente do que vivo ultimamente.
São, dias, semanas, meses, meses, meses e mais meses indo deitar com os olhos inchados, as vezes com motivo, mas na maioria, sem.
É ter aprendido o preço que se paga por abrir a alma. Alguns admiram, muitos acham grotesco.
Ser menina, mulher...não importa o título que me caiba, mas o incomodo que causo por ser assim, de uma forma estranha que nem eu sei explicar. E se nem eu sei explicar, não tenho direito de exigir que me entendam. Eu sou uma confusão.
Aprender que a maioria das pessoas que te admiram, quando te conhecem mais de perto, continuam a te admirar, mas desistem totalmente da ideia de ser pouco parecida com você.
Acho que esse texto está soando um pouco egocêntrico, mas eu juro que não é a intenção.