segunda-feira, 8 de julho de 2013

Fim de verão. E eu nunca gostei do outono. Outono me remete a equilíbrio, coisa que desconheço, uma linha que nunca pisei.
Eu caí, me machuquei por fora e por dentro, abriram-se buracos que, às vezes sinto que nunca se fecharão.
Nos últimos meses morri algumas vezes, e, quando estava morta, aprendi. 
Aprendi a acreditar na generosidade de estranhos, que sem me conhecer, me ressuscitaram algumas vezes. Aprendi a desconfiar dos conhecidos, porque é mais fácil matar alguém quando se está próximo, assim, a morte me vinha com mais facilidade.
Aprendi que o clichê resolve praticamente tudo, e esse sendo mais um deles, me fez levantar todos os dias: os verdadeiros amigos.
Paulo Ricardo Matrone Larissa Rodrigues Natan Lourenço Garcia Ícaro Aragão, obrigada. Vocês nunca terão a real noção da importância de vocês, mais que qualquer remédio, qualquer terapia. Meu coração está em vocês, e vocês estão nele.
Aprendi que liberdade é ter coragem de ficar, e que em todos os segundos, é necessário ser forte, até mesmo para admitir que está fraco. Aprendi que a fraqueza nos permite ver quem realmente somos, e isso dói, viver desmascarado dói, mas é preciso.
Aprendi que só não morri mais, porque minha família não deixou, Lílian Moscardini Vaz João Batista Vaz e mãe, todo meu amor, todo meu coração à vocês, enquanto eu viver vocês serão meus reis, minha maior importância e pra sempre estarão em primeiro lugar, eu prometo.
Hoje, ainda morro por alguns segundos, às vezes dura minutos, horas, dias...mas, consigo me levantar porque eu estou comigo.
Eu comecei a subir, ainda não cheguei à superfície, mas, cada centímetro que avanço, vejo uma vida diferente, uma luz diferente.
Eu continuo subindo porque não tinha nada, absolutamente nada, no fundo do poço.

Débora Moscardini - (sobre o pânico, a depressão e a ansiedade).

Nenhum comentário:

Postar um comentário