segunda-feira, 29 de julho de 2013

Carta para a tristeza

Primeiramente que fique claro que essa carta não é triste, é somente uma tentativa de acordo com você, dona tristeza.
Primeiramente, eu não deixei você entrar, você invadiu minha vida como um ladrão que invade uma casa de madrugada, me pegando desprevenida.
Já começamos errado, você no mínimo devia ter pedido licença. Ok. Durante meses não soube lidar com você, foram noites sem dormir, dias sem comer, sem trabalhar, enfim, dias sem viver.
Aos poucos fui me acostumando com a sua indesejada presença. Falha minha. Jamais devemos nos adaptar com o que nos faz mal. Nunca.
Quando percebi você já tinha montado sua casa aqui, em mim. E já não me lembro a última vez que soltei uma gargalhada 100% sincera.
Veja só quantas coisas você me tirou, nem vou fazer a lista porque não caberia em lugar nenhum, mas, a principal dela foi meu foco. Perdi. Sumiu. Eu vou levando só pra ver no que vai dar, apenas por curiosidade.
Ai, tristeza tenha piedade, eu estou cansada de você, quando é que você vai se cansar de mim?
Cadê os meus rocks preferidos tocando nos meus fones? Estou começando a enjoar do blues, e gosto muito de blues e se você, tristeza me fizer enjoar dele, jamais te perdoarei.
Cadê as festas pra eu dançar ao som de Valerie? Que saudade. E o sorriso logo pela manhã? Nem me lembro mais.
Então, pensando em tudo isso, te proponho um acordo: você faz suas malas, vai embora daqui, mas não vá morar em ninguém. Tire um tempo pra você, você trabalhou muito aqui em mim. Merece uma férias. Vá pegar uma praia, um bronze, ou que tal ir para as montanhas nesse inverno? Você fez um bom trabalho, merece um descanso, o que acha? Aguardo seu retorno.
Ass: Débora

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