quinta-feira, 5 de julho de 2012

Equilíbrio


Seja equilibrada.

Ele pediu na minha melhor fase de  psicótica ciumenta perseguidora de perfis na internet,
profissional em analizar olhares alheios, expert em detectar piranhagem, para ser equilibrada.

E não me julgue, por que eu sei que você já teve uma fase assim, se  não teve, se prepara porque um dia vai ter.

O moleque, que não consegue comprar uma camiseta sozinho, que não consegue escolher entre assistir UFC ou  jogar video game, que olha pra tudo quanto é perna, bunda, peito, pé, perna, cabelo, alma e espírito, me pediu para ser equilibrada.

Me pediu para falar baixo
Me pediu para ficar quieta
Me pediu para não ser eu.

O moleque que, além de ter me tirado tudo o que é possível  tirar de uma mulher retardadamente apaixonada,  também quis tirar minha loucura.

E, até que ponto é desesperador  aceitar que ele me leve tudo, menos a minha loucura?
Porque sinto muito, mas dela eu não abro mão.

Não abro mão do meu sorriso mentiroso, não abro mão da minha cara de mulher segura mais falsa que peito de panicat, não abro mão das minhas perseguições imaginárias, e muito menos das minhas perseguições reais. Não abro mão de sair da festa no meio da noite. Não abro mão de não atender o telefone por 3 dias, não abro mão de não gostar de pessoas que não conheço e jamais abro mão de idealizar coisas que não existem.

Por tanto, ele foi longe demais, e eu fui ser louca sozinha.

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