sexta-feira, 18 de maio de 2012

4 anos

Eu era uns 2, 3 anos mais velha que ele, algo do tipo.
Quando o conheci foi engraçado, nós costumávamos nos matar em shows de rock, numa dessas, no meio de uma bagunça generalizada ele caiu nos meus pés e quando se levantou aqueles olhos verdes entraram nos meus. Me apaixonei.
Os dias passaram e pela primeira vez na vida, não consegui esquecer alguém, fui atrás, descobri o nome e disse o meu.
Descobri a sensação de ir dormir pensando em alguém, sonhar e acordar pensando também. Eu estava perdida, enfim.
Me entreguei às cafonices que sempre julguei, me permiti sentir.
Descobri a merda que é a saudade e o ciúme. Descobri o quão bom era ficar sentada no chão de uma estação sem nada pra fazer, sem nada pra pensar. Aprendi que 3 horas sozinha dentro de um ônibus se tornavam 50, e 12 horas deitada na cama com ele se tornavam 5 minutos.
Eu tive meu primeiro amor.
E a gente sentava na frente da tevê, e nunca assistíamos nada, a não ser uma vez que vimos Alvin e os esquilos porque achamos as vozes muito engraçadas. Ficávamos andando na rua, sempre sem destino, íamos parando em vários lugares, falando com várias pessoas, rindo e sei lá mais o que.
Eu não precisava de nada, só de uma ligação antes de dormir. Pra mim estava bom.
Nós não sabíamos o que estávamos fazendo. Mas fizemos tudo.
Como todo primeiro amor, uma hora a vida tomou seu caminho, a minha um e a dele outro. Fomos embora.

Quatro anos depois, nos vimos e estávamos tão longe e tão perdidos, que pedi pra Deus nos ajudar a voltar pra um lugar que ao menos soubessem nosso nome.
Tanta coisa mudou, tanta coisa passou e às vezes eu ainda escuto aquelas músicas que eu odiava só pra fingir que as coisas ainda não passaram.

 Veja bem, não estou falando dele. Estou falando de mim. Eu sinto falta de quem eu era.

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