domingo, 20 de maio de 2012

Augusta


Estão perdidos.
Eles sobem e descem aquela Augusta todo final de semana.
Encontram sempre os mesmos olhares vazios, vestidos das mesmas roupas, cantando as mesmas músicas.
Vão descendo a rua ao som da Florence que na primeira vez é ótima, mas depois só com muita bebida pra aguentar aquela música grudenta.
Os picos mudam, uns fecham, outros abrem e alguns são interditados.
Mas eles continuam lá. Numa mistura deliciosamente bizarra. Numa falsa liberdade que mente descaradamente ao dizer que eles podem ser o que quiserem.
E quando a noite cai os bares ficam cheios deles, que juntos, buscam sem saber ao certo pelo que.

Mas afirmo: Não existe nada mais injusto que uma manhã na Augusta. É como se o dia clareasse e mostrasse tudo o que ninguém quer ver, o sol ocupa o lugar que na noite foi deles e então todo mundo vai para casa.
De repente ninguém quer estar lá.
É um lugar que não foi feito pra ninguém, mas é onde todo mundo está.



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