Estão perdidos.
Eles sobem e
descem aquela Augusta todo final de semana.
Encontram sempre
os mesmos olhares vazios, vestidos das mesmas roupas, cantando as mesmas
músicas.
Vão descendo a rua ao
som da Florence que na primeira vez é ótima, mas depois só com muita bebida pra
aguentar aquela música grudenta.
Os picos mudam, uns fecham, outros abrem e alguns são interditados.
Mas eles continuam
lá. Numa mistura deliciosamente bizarra. Numa falsa liberdade que
mente descaradamente ao dizer que eles podem ser o que quiserem.
E quando a noite
cai os bares ficam cheios deles, que juntos, buscam sem saber ao certo
pelo que.
Mas afirmo: Não
existe nada mais injusto que uma manhã na Augusta. É como se o dia clareasse e
mostrasse tudo o que ninguém quer ver, o sol ocupa o lugar que na noite foi deles e então todo mundo vai para casa.
De repente
ninguém quer estar lá.
É um lugar que não foi feito pra ninguém, mas é onde todo mundo está.
Rua Angústia
ResponderExcluir