terça-feira, 24 de setembro de 2013

Então eu fiquei dias e dias pensando: mas meu Deus do céu, não é possível que eu seja tão paranoica.
Será que os outros também não pensam as mesmas merdas que eu? Será que sou tão anormal assim?
Eu olho pra alguém na rua e penso: é ela, só pode ser, ela é mais bonita que eu. Logo depois esqueço.
Eu vejo um homem no metrô com cara de Afeganistão e penso, é homem bomba, vou ficar do lado dele porque quero explodir. Eu vejo uma grávida e quero engravidar também, não ficaria sozinha nunca mais, mas depois dou risada e penso: credo, Débora, mas que nível de carência medíocre.
Eu vejo um casal em horário de pico se beijando na rua e tenho certeza que estão traindo seus respectivos companheiros, mas só quando é horário de pico.
Eu fixo o olhar nas pessoas no trem e mentalmente troco a roupa delas, pro ambiente não ficar tão insuportável, então volto pra realidade e a pessoa está me olhando com aquela cara de assustada e provavelmente pensando: o que essa menina tanto olha pra mim? Se eu pudesse me explicar, só pediria pra ela trocar o sapatenis. Como escreve sapatenis? Sapatênis? Sapa Tênis? Ai enfim, é tão horrível que nem sei escrever o nome disso.
Eu leio todos o horóscopo de todos os signos como se fossem meu, mesmo não acreditando nesse troço, sempre tem algum que diz que algo vai dar certo, mesmo se não for o meu, me apego naquilo. E, mais uma vez dou risada de mim mesma. Que nível, né? Devem ser os remédios.
Eu quero sair, mas penso; e se a merda ficar pior do que já está? Esquece, melhor ficar em casa. Mas se ficar em casa der merda? Melhor eu sair.
Eu não sei, mas dá muito trabalho viver. Eu queria só existir.

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