sábado, 10 de maio de 2014

Eu não conto mais quantas vezes eu morri. E muito menos quantas vezes voltei dos mortos.
Alguma coisa aconteceu lá atrás que me deixou assim, vezes viva, vezes destruída.

Eu lembro do dia que conheci cada um de vocês, tínhamos no rosto um sorriso pleno, verdadeiro, eufórico. Claro que já lidávamos com preocupações, mas ríamos.

Risadas do fígado, como você diz Natan.
Paz. Nós vivíamos dela, né Larissa?
A faculdade parecia ser o lugar ideal para nós, fazer o que gosta, com as pessoas que gostamos, sempre foi cansativo, porém, prazeroso. Desde o primeiro ano foi assim com você, Paulo.
Festas! Meu Deus como a gente gritava, dançava, ria, abraçava! Eu e o Ícaro temos muitas histórias para contar, uma mais lindamente podre que a outra. Dá pra escrever um livro, juro.
Eu não quero voltar no tempo, primeiramente porque é impossível, e porque não quero mais aquela alegria. Ela foi gozada no momento que deveria, e foi o que fizemos.
Mas confesso que sinto saudade de soltar uma gargalhada do fígado sem depois falar sobre problemas, remédios, tristezas e mágoas. Admito que o mundo não tem sido muito fácil com a gente. Não sei ao certo quando, mas em algum momento as coisas foram desabando, e hoje, cada um de nós tem um pontinho de dor, que perdura, não sara, não vai.
Se fosse para ter aquela alegria, aceitaria se fosse com a cabeça que tenho hoje. É pedir muito, eu sei.

Quando digo essas coisas para qualquer pessoa, sempre tentam me conformar dizendo que a vida é assim mesmo e que devo me acostumar. Eu não quero me acostumar com esse jeito morno de empurrar a vida. Eu não consigo. Eu preciso de mais motivos para me manter aqui.

Nós éramos indestrutíveis e nos tornamos frágeis. E isso não é uma vergonha, isso quer dizer que nos entregamos para vida,  que vivemos nossos limites, e por mais arriscado que seja, fizemos o deveria ser feito.

Eu acordo todos os dias me perguntando porquê devo me levantar e mil coisas surgem na minha cabeça, mas nenhuma forte o bastante para eu abrir os olhos.
Mais uma vez eu morro.E mais uma vez eu vou dar um jeito de voltar a respirar.

Mas eu quero respirar com vocês. Eu quero dançar, rir, chorar, mesmo se for de tristeza, mas com a mesma força e intensidade que tínhamos. Eu não consigo aceitar que o tempo passe e fique por isso mesmo.
Em algum lugar nossas fraquezas se transformam em força e tiramos ânimo da última faísca de otimismo que nos resta. Minha dor, meus problemas, minhas drogas e meus lamentos, são prova disso.

Mas eu preciso de mais.
Vocês também.

E todas as vezes que me derrubarem, chorem comigo e depois me levem para dançar um rock.
É o que farei com vocês, sempre.

Estou me sentindo o Augusto Cury escrevendo esse texto. Que péssimo. Olhem onde eu cheguei, por favor não me deixem escrever um texto me sentindo o Paulo Coelho. Eu não suportaria.

Amo vocês.

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