quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Um dia sem remédio

Dois anos tomando 13 comprimidos por dia. Dois antidepressivos. Um dia sem. Desabo.

Se a alegria pode ser feita em um laboratório, que assim seja.

Mas quando e como cheguei aqui? Lembro-me da última vez que minhas pretensões de vida eram reais, possíveis e maravilhosas.
Sumiram.
De um dia pro outro, acordei, levantei, e não tinha mais nada. Absolutamente nada.
Eu sumi.
O choro. Ele tinha alguns motivos, vários na verdade. Hoje as razões são outras, mas mesmo assim, a angústia do "até quando?" permanece.
Ah, quando é que vou acordar e tudo vai voltar ao normal? Já me disseram que é impossível. Um vez destruída, pra sempre marcada.
Marca do erro, do sonho não realizado, das expectativas frustradas, da doença e de mim.
Marca de mim.
Não se espante comigo, se eu levantei hoje, é porque venci. Mas a vida não é só de vitórias, não é mesmo?

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