quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Então estou procurando emprego.
Além do currículo, portfólio e afins, algumas (quase todas) empresas pedem para você se descrever de forma breve e enviar no corpo do e-mail.
Já acho bem estranho, ninguém vai se descrever como realmente é.
Eu por exemplo, me irrito com essa mania das empresas porque nunca sei o que escrever. O que eles devem saber sobre meu profissional está no currículo e que me chamem para uma entrevista para saber como sou.
Sou colocada a prova quando preciso escrever essas 8, 10 linhas sobre mim, porque preciso mentir para escrevê-las.
Sim, todo mundo me diz: Débora, separe o profissional do pessoal do financeiro do sentimental da alma do corpo e do espirito santo, amém. Não consigo. Eu me vejo assim, como um negócio só, sabe?
Não sei separar nada de nada e a vida que me aceite ou eu que me f***. Ultimamente tenho me f***.
Se eu fosse sincera com as empresas, minha apresentação seria mais ou menos assim:

Olá, me chamo Débora. No momento estou na merda e copiando e colando essa apresentação para mais 13 vagas, sou super comunicativa, aliás adoro falar, me exemplifico para contar histórias normalmente difamatórias. Vivo dopada por remédios, mas nada que me atrapalhe, tirando os momentos em que tenho crises existenciais e choro como se não houvesse amanhã. Tenho uma elegância inegável para sentir, sinto tudo: alegria, tristeza, paixão, ódio, amor, raiva. Tudo isso em 10 minutos. Mas sei fazer um belo barraco, se for necessário, é claro.
Tenho muita força de vontade, ainda mais quando a coisa é do meu interesse.
Sou um vexame.
Obrigada


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