sábado, 28 de dezembro de 2013

Sou um amontoado de fantasmas.
Normalmente surgem sem serem convidados a noite, no mais profundo do meu sono, e, o que seria céu, torna-se inferno.
Quando acordo eles ficam me rodeando durante todo o dia. Eu os odeio.
Com tudo, às vezes abro minha porta para eles, deixo-os entrar, faço um café, ofereço bolachas, e permito que façam minha alma sangrar.
Ah, eles me machucam de tal forma que não sei como suporto a angustia de tê-los tão perto de mim. Mas sei que não posso ignorá-los, eles existem.
Me fazem chorar, torturam. Mas preciso dar as caras e enfrentá-los pois fazem parte de quem sou.
Tem alguns tão velhos, e alguns novos.
Aprendi que eles devem ser aceitos, encarados e olhados. Olho no olho.
Faço isso e eles demoram mais para voltar.
São como inimigos que ignoramos e então perdoamos.
As feridas não saram, só secam. Não morrem, se afastam.
Todos temos nossos fantasmas, mas quando deixamo-os entrar e sentar à nossa mesa, eles vão embora com o pensamento: quem é essa garota que nos serviu café chorando? Em breve voltaremos para visitá-la.

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