segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Eu tenho alguns medos da vida, mas, nenhum supera a majestosidade desse dentro de mim.

Era janeiro, eu estava entrando no shopping,
PÁ! Não sei o por que, mas minha cabeça fotografou esse momento que mesmo hoje, em dezembro, poderia descrever cada loja e cada pessoa da minha fotografia mental. Na época eu não sabia, mas estava vivenciando um estado de felicidade plena. Plena. Não havia nem um pedacinho de mim que não fosse sorriso.
Eu lembro de ter olhado para frente e pensado no quanto eu tinha motivos para estar bem, feliz, estonteantemente sorrindo. Eu deveria ter dado mais valor à isso.

Meu maior medo é esse. De nunca mais ter a benção de sentir de forma tão completa a alegria.
Não, não sou triste. Sim, vivo muitos momentos de felicidade. Mas não plenos.
Fico em dúvida se, esse buraco que existe dentro de mim, por menor que esteja, vai impedir para sempre que eu tenha a honra de fotografar qualquer lugar com a mesma sensação, porque ao mesmo tempo que tenho a certeza de que essa pequena escuridão irá me acompanhar a vida inteira, às vezes penso que Deus irá me dar uma segunda chance de sentir essa plenitude de felicidade e, digo olhando pro céu que hoje eu daria muito mais valor à ela.

Na época eu não sabia que aquilo era um privilégio, achava que era assim porque tinha que ser assim. Porque eu sabia o que era tristeza, mas não o que era sofrimento.
Meu medo, meu maior medo é o saber, é ter a certeza de que essa plenitude existiu e passou pela minha vida e não  pude percebê-la e aproveitá-la mais e, hoje, depois de tantos estragos e de um caos pleno na alma ela não volta mais.
Não, não daquela forma. Não como aquele dia. Não como aquele momento.


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