domingo, 9 de novembro de 2014

Eu poderia escrever de outra forma, usar outras palavras, apelidar meus problemas, minhas dores e minhas causas.
Mas não sei fazer.
Eu estava sentada na cama, isso há um ano, mais ou menos, e tinha um espelho do outro lado do quarto. Destruída. Naquele dia, prometi que jamais desistira de mim.
Mas aí vieram os remédios, as tesouras cortando meu braço, as convulsões, as internações, a agressão psicológica.
Desfiz a promessa. Foda-se a promessa.
Eu não sabia quem eu era, e ainda não sei.
Esses dias dois homens ao meu lado no trem, questionavam qual momento da vida descobrimos quem somos. Um apostou que aos 40 e poucos, já sabemos e terminamos a vida assim.
Senti vontade de interrompê-los e dizer que passamos a vida buscando uma identidade, e morremos sem achá-la.
Não escondi que o início de tudo foi o amor. Quer dizer, a falta de amor. Pois quem ama, não agride.
Mas o desenrolar da história, o amor ficou pequeno. Quase invisível diante de tudo que descobri sobre mim.
Eu quis morrer. E fiquei bem.
Eu quis viver. E adoeci.
Injustiças da vida que não aceito.
"Ah, Débora, pense menos, não seja tão emocional"

Não consigo, chorar me deixa bonita, e a tristeza é elegante.

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