sexta-feira, 3 de abril de 2015

Faz dois anos que fui diagnosticada com depressão severa. (Depressão Maior).
A gente pensa que com a mesma rapidez que a primeira crise vem, ela se vai. Não, ainda choro quando lembro do insuportável sufoco dos primeiros meses. E choro mais ainda quando o sufoco volta.
A depressão muda tudo. Ela desmascara o mundo e passamos a enxergá-lo em carne viva. O mundo dói demais. Ela pega todos nossos sonhos, expectativas e metas e, sem avisar, joga no lixo e nos obriga a vasculharpara ver se sobrou algo. Nunca sobra, o que ela joga no lixo se deteriora lá e vasculhar é em vão.
Você precisa começar do zero mas não tem forças para isso.
A primeira atividade que fiz foi a de aceitar ser uma pessoa doente. A maioria foge do "pessoa doente". Mas em certos casos, como o meu, ou aceita ou morre.
Estou escrevendo isso para expelir a tristeza que me veio hoje, de não conseguir lembrar da minha vida sem depressão e chorar todas às vezes que lembro das crises.
E pra quem acha estranho contar os anos depois de ser diagnosticado, não sou eu quem conta. É a doença.

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