sábado, 27 de setembro de 2014

A solidão sem hora marcada

A solidão sem hora marcada

Sábado não combina com solidão, é dia de festa, de descanso, de rever amigos e esquecer preocupações. Normalmente, a solidão pertence ao domingo.
Mas entre as dezenas formas de solidão, a que me ocorreu no sábado, teria que ser diferente.

Sexta planejei o dia; iria entregar peças de roupas do meu brechó, dar uma volta na Paulista e mais tarde visitar um amigo.
Entreguei as roupas, fui para a Paulista entrei na Livraria Cultura, e fiquei. Só.
Sem dinheiro e créditos, até pensei em ligar para alguém, cheguei a mandar mensagem para um amigo porque o instinto de ficar a sós comigo mesma já alertava que iria enfrentar a tarde sozinha.
Abracei a solidão com todo amor do mundo, dei boas vindas, e a deixei sentar. Quando a olhei vi que era solidão necessária, não aquela que dói, mas a que provoca liberdade e independência.

Estou lendo o novo livro da Christiane F., sempre que venho aqui, sento no chão e leio um pedaço, daqui a pouco termino o livro sem nunca ter comprado.

Tem muita gente aqui, muita gente fazendo o mesmo que eu, alguns estão dormindo nos puffs, outros matando o tempo apenas para carregar o celular e roubar o wifi. Também  têm crianças no segundo andar, jogando pra lá e pra cá livro coloridos, cds e enlouquecendo os pais.

Não importa.  Eu sei que nem sempre será assim, mas quando possível, reverterei a solidão para a liberdade.
Estar só, também é uma bela forma de segurança, e respirar, de viver independente de qualquer coisa e pessoa. Isso é  ótimo.


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